Cartas de Amor aos Mortos | Resenha

by - novembro 30, 2016

Olá! Tudo bem?
Hoje vim mudar um pouco a ideia do blog e matar a saudade que eu vinha sentindo dele com algo um pouquinho diferente de textos, poemas e músicas.

Cartas de Amor aos Mortos


Sinopse: Tudo começa com uma tarefa para a escola: escrever uma carta para alguém que já morreu. Logo o caderno de Laurel está repleto de mensagens para Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse, Heath Ledger, Judy Garland, Elizabeth Bishop… apesar de ela jamais entregá-las à professora. Nessas cartas, ela analisa a história de cada uma dessas personalidades e tenta desvendar os mistérios que envolvem suas mortes. Ao mesmo tempo, conta sobre sua própria vida, como as amizades no novo colégio e seu primeiro amor: um garoto misterioso chamado Sky. Mas Laurel não pode escapar de seu passado. Só quando ela escrever a verdade sobre o que se passou com ela e com a irmã é que poderá aceitar o que aconteceu e perdoar May e a si mesma. E só quando enxergar a irmã como realmente era — encantadora e incrível, mas imperfeita como qualquer um — é que poderá seguir em frente e descobrir seu próprio caminho.

Páginas: 344 | Autor(a): Ava Dellaira | Editora: Seguinte | Gênero: Juvenil 

Quando me veio a ideia de escrever sobre esse livro, tinha acabado de ler o mesmo e ainda estava chocada com tudo que havia acontecido durante os dois dias que havia gastado para fazer aquela leitura super indescritível.

Pela primeira vez, enquanto pensava em como escreveria sobre a obra de Ava Dellaira, não quis deixar spoilers, a leitura do livro vai ser tão encantadora que em segundos você já vai querer saber o final.

A história é sobre Laurel, uma menina que se eu fosse descrever no início do livro seria como insegura. Ela acabara de perder sua irmã mais velha, May, a menina que segundo Laurel é perfeita, sua maior inspiração, na minha opinião. Com a morte da irmã, o mundo de Laurel vira de cabeça para baixo. Ela se via completamente perdida, sua mãe se mudou para a Califórnia e toda a agitação que ela vivia com May, sua maior incentivadora,  foi simplesmente por água baixo por causa de um acidente que por muito tempo Laurel fica se culpando.

Assim então, ela muda de colégio para começar seu primeiro ano no ensino médio em um lugar novo, com a intenção e com o desejo de que ninguém a olhe estranho por causa de sua perda.

Logo no primeiro dia de aula, Laurel recebe uma tarefa, escrever uma carta para alguém que já morreu. E é assim que o livro começa, com uma carta para Kurt Cobain, o maior ídolo de sua irmã. Acaba que a carta sai com um desabafo enorme e com todo um sentimento envolvido, assim então, Laurel perde toda a vontade de entregar essa tarefa para sua professora.

"Gostaria que você me dissesse onde está e por que foi embora. Você era o músico favorito da minha irmã, May. Desde que ela morreu, tem sido difícil ser eu mesma, porque não sei exatamente quem eu sou." -Laurel em sua primeira carta para Kurt.

Enquanto lia o livro, me prendi ao mesmo por diversas maneiras. A inovação de Ava, a autora, por fazer uma história toda por cartas para artistas maravilhosos que deixaram um legado enorme pelo tempo em que aqui estiveram, fez com que o livro tivesse algo a mais, me deu algo que nunca senti lendo outra história. Ao mesmo tempo, essa nova forma me fez ficar em dúvida quanto a aproximação do leitor a história, não posso negar que me senti perto do livro, mas também tenho que contar e ser sincera quanto as minhas decepções.

Laurel tem uma paixão, um certo "crush" em um menino, Sky. Pela primeira vez, não quis que ele fosse real para que eu tivesse um romance. Na verdade, a história dos dois não mudou nada nos meus sentimentos durante a leitura. Isso me desagradou, confesso. Achei que faltou algo entre o relacionamento dos dois, apesar de ter momentos em que me alegrei com algumas ações de Sky e certos pensamentos de Laurel quanto aos dois.

"Quando olho para Sky lembro que o ar não é apenas algo que existe, mas que se respira. Mesmo que esteja do outro lado do pátio, consigo ver o peito dele se movendo. Não sei porque, mas, neste lugar cheio de desconhecidos, fico feliz que Sky e eu estejamos respirando o mesmo ar. O mesmo ar que você respirou. O mesmo ar que May respirou." 

 Ao mesmo tempo, na minha cabeça, a romantização está entre as irmãs. O fato de May ter sido o porto seguro de Laurel por muito tempo, fez com que ela se desestabilizasse quando a irmã partiu. Laurel tenta ser como May, e quando ela finalmente vira ela mesma, é como se você conhecesse outra pessoa. Todavia, Ava deixou bem claro como Laurel é incrível assim como May era, as duas tem asas, e as duas de certa forma podem voar.

Mesmo que o livro tenha um ar dramático, ao mesmo tempo ele tem um ar encantador. Amo o pai de Laurel por ter ficado e o fato dele não ter desistido. Amo a Tia Amy e todas as suas palavras de Deus, afinal, a religião é a sua maior força. Amo o melhor casal da história, Tristan e Kristen, suas diferenças, igualdades e principalmente como eles lidam com seu último ano do ensino médio. Amo Natalie e Hannah e o fato de você só querer que elas quebrem todas as barreiras do preconceito.

"Porque quando estamos apaixonados, estamos totalmente em perigo e completamente salvos, os dois ao mesmo tempo."

Enfim, no final das contas, o livro e seus pequenos detalhes me fizeram entender Laurel. Apesar de sua inocência e sua idolatração pela própria irmã me incomodar em certos momentos, aprendi a ama-la. Aprendi a compreender seus sentimentos que são deixados nas cartas. Conhecer uma fase tão importante da vida de Laurel fez com que tudo ficasse melhor, tudo ficou mais intenso e fez com que eu quisesse desvendar todos os mistérios da morte de sua irmã e principalmente, o mistério que Sky trazia junto a ele.

"Talvez amadurecer signifique que você não precisa ser uma personagem seguindo um roteiro. É saber que você pode ser a autora."

Tenho que agradecer a Laurel por me deixar alguns ensinamentos e por ter me feito conhecer alguns artistas que eu não imaginava que eles teriam tido uma história tão emocionante. Agradeço também as frases de efeito do Tristan que me deixaram bastante pensativa. E se eu pudesse deixar um grande obrigada seria para Ava, que escreveu verdadeiros poemas nas cartas de Laurel.

"Todos nós queremos ser alguém, mas temos medo de descobrir que não somos tão bons quanto todo mundo imagina que somos." 

Nota: 3/5 ✩

Comprar Cartas de Amor aos Mortos | Submarino | Saraiva
Baixar Cartas de Amor aos Mortos | PDF

You May Also Like

0 comentaram